quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Barbárie

Luisinho tem 10 anos. É um menino lindo, educado e fofo, muito fofo. Encontrei com ele há umas duas/três semanas quando fui levar minha avó no velório do bisavô de Luisinho.
Luisinho, em apesas quatro meses, perdeu o avô, primeiro, de forma mais ou menos abrupta. Em menos de 1 mês, descobriu uma doença e morreu. Depois o bisavô. Esse já tinha 90 anos, ficou doente e se foi, tanto pela doença quanto pela idade avançada. Agora foi o pai de Luisinho. Antônio Marcos, como diz a notícia aqui. Ou Marquinhos, como conhecíamos. Saiu para o jogo do Vasco X Fluminense no último domingo e não voltou mais. Foi parar no hospital e lá morreu ontem. Morreu porque estava com a camisa da torcida do Vasco, ele e mais um amigo, e toparam no caminho com torcedores de torcida organizada do Fluminense. Sei que sair com camisa de torcida nesses dias é praticamente uma sentença de morte (Oi??? Em que mundo nós estamos?). E foi, para Marquinhos. Sei também que nenhuma torcida organizada é flor que se cheire, inclusive a que o próprio Marquinhos fazia parte também não é. Nenhuma é, tenho consciência disso. Mas isso não diminui o tamanho da brutalidade. Sempre achei essas brigas uma barbaridade. E agora aconteceu de perto. Marquinhos era primo do meu pai. Matar um ser humano porque ele não compartilha dos mesmos gostos que você? Por ele ser de uma torcida rival a sua? Amo futebol e sempre abominei fanatismo nessa área. Tudo tem limite. Um tio meu fez minha prima sair da maternidade vestida de Vasco. Ma.ter.ni.da.de. Ridículo! Amor ao time tem limite, penso eu. Matar com golpes de barra de ferro na cabeça então, eu acho barbárie, acho covarde, acho brutal, acho de uma estupidez ímpar.
Eu não tinha contato com ele, era um parente distante. Mas impossível não ficar mais tocada do que já se fica quando se lê uma notícia dessas. Impossível porque conheço o contexto, conheço o entorno. E aí, só consigo pensar no Luisinho, tão novo, tão criança, tendo que lidar com a morte de tantas pessoas próximas e queridas à ele em tão pouco tempo, e agora a do pai, tão abrupta, tão covarde, por motivo idiota. Triste, muito triste.

3 comentários:

Marcelo disse...

Que absurdo! Eu definitivamente não consigo entender esse fanatismo por trás das torcidas organizadas... Qual a graça de fazer isso com outra pessoa, afinal? To indignado!!!

Ivy disse...

Chu, que triste isso. Pobre Luisinho.
Mas, esse negócio de torcida nunca dá certo, isso deveria ser proibido.

Dona Mila disse...

E no fim das contas, perde quem não tinha nada com a história. Que Luisinho tenha forças...