terça-feira, 29 de junho de 2010

Homenagem póstuma

Curioso como algumas coisas são.
Nunca fui fã de Michael Jackson. Fã que eu digo daquelas de ter LP (na época), querer ir ao Morumbi vê-lo, acompanhá-lo na televisão e tal. Iniciando a adolescência, enquanto minha prima ouvia loucamente Madonna e MJ na Jovem Pam - "Eu ovo Jovem Pam", quem lembra? - eu não fazia a menor questão. Nem inglês eu sabia, ora.
Já adulta, conheci a Nanda, ex-blogueira e quase ex-comentarista deste blog de tão sumida, que VENERA Michael Jackson, tem até tatuado no braço sua figura. No curso onde trabalhávamos, ela dizia que seus dois sonhos eram 1) casar com ele e 2) ser abduzida. Michael Jackson, ETs, Michael Jackson um ET... prato cheio para horas e horas de zueira pra cima dela. De todos os tipos: que ele era ridículo por ser um negro que virou branco (sempre duvidei de vitiligo), das plásticas, do nariz bizarro, do alisamento japonês, da síndrome de Peter Pan, sobre ser o terror das criancinhas, enfim, tudo era motivo.
Aí ele morreu. Tá que todo mundo morre, que pra morrer basta estar vivo etc etc etc. Mas foi, sei lá, do nada. Ninguém esperava aquela notícia. Não sei o que aconteceu, mas a partir daquele dia eu entrei num processo de comoção. Deu um estranho vazio. Eu que o achava tão bizarro e sacaneava tanto. Morreu um ídolo. Um cara que revolucionou a música. E, peralá, eu sou da geração dos anos 80, ora. Eu sou da época do seu auge. Estranho vazio.
Eu passei a sofrer um processo inverso e curioso. A partir daquele dia, eu passei a focar só a obra, só o ícone, e não mais as bizarrices e loucuras em vida. Como se estas tivessem ido com ele - e foram - e tivesse ficado só o que importa: a magnitude de sua arte, o fenônemo.
Domingo, parei pra ver This is it. Ainda não tinha visto. Putz, 50 anos e um swing, um estilo, uma genialidade duc*ralho. E serviu pra ratificar a comoção e o foco no puta artista que ele era/é, pouco importando as outras coisas.
"As outras coisas" passaram a ser irrelevantes. =O
Deu saudade do que eu não vivi (fui contemporânea, mas não vivi).

Todo meu SALVE (ainda que tardio) ao Rei do Pop.

*Se, por um milagre da fé, Nanda passar por aqui, acho que vai ficar orgulhosa de mim (ainda que tardiamente).

3 comentários:

Ivy disse...

acho que o meu maior sentimento por esse cara sempre foi de pena. Pena pq imagino o q ele deve ter passado , desde tão novo, pra tentar fugir de tudo se tornando cada vez mais menos humano. Uma família daquela e um tremendo preconceito podem ser uma explicação.

Nanda disse...

Quem é vivo sempre aparece! Eu, não o Michael Jackson, claro!

Sabe o que eu acho? E passei 25 anos da minha vida, não, mentira, 20 pelo menos, porque foi lá pros 5 anos que eu conheci o MJ, enfim, 20 anos da minha vida ouvindo TODOS OS TIPOS DE PIADINHA de TODAS AS PESSOAS EXISTENTES NESSE PLANETA. Aí o cara morre e todo mundo vira fã. FÃ É O CARALHO!, digo eu. Fã sou eu que paguei 250 EUROS por um ingresso pro show e que quase tive uma parada cardíaca quando eu vi na televisão às 11 horas da noite do dia 25 de junho de 2009 que o maior artista que viveu nesse planeta tinha acabado de morrer, assim, do nada, a exato 1 mês do dia em que eu iria vê-lo fazer um Moonwalk ao vivo pela primeira vez na minha vida.

Dane-se que ele era preto e virou branco, foda-se que o nariz dele não existia mais e que ele fazia chapinha. É a porra da cara dele, do cabelo dele, da cor dele. Cada um faz o que quer com sua própria vida e ninguém tem porra nenhuma a ver com isso. E eu não vou nem mencionar o "terror das criancinhas" porque senão vou ficar o dia inteiro aqui escrevendo.

Enfim, eu detesto os "eu sempre fui fã do Michael Jackson" que eu ouço todo dia, mas pelo menos agora todo mundo concorda comigo que o Michael Jackson é inigualável. Tenho certeza que até o Leoni concorda comigo. Diz aí Leoni, é ou não é?

p.s: Todo mundo sabe que quando eu juro por alguma coisa e que eu realmente estou falando a verdade eu digo "Juro pelo Michael Jackson como é verdade". Pronto, ninguém duvida da minha palavra. No outro dia uma das meninas daqui de casa falou "Eu juro pelo Michael Jackson como eu comi todo o meu lanche". Eu quase tive uma síncope "É MUITO BOM QUE VC ESTEJA FALANDO A VERDADE", disse eu.

Mas enfim, se vc sentiu um vazio, imagina eu.

***GrAzI disse...

Tenho uma querida amiga que na adolescencia foi muuuuito fã (colecionava LP, poster, camiseta e afins) e até chorou qnd ele morreu no ano passado! Claro que no papel de amiga fui com ela no cinema ver This is it e curti prá caramba!! Esse show ia ser fenomenal!!! Adorei aquelas cenas dele no palo dando aquele "show" e os dançarinos sentados assistindo... dá um aperto! Enquando artista ele realmente foi fenomenal!! Já enquanto pessoa, quem somos nós para julgar, né?
;)